Wednesday, September 28, 2005
Monday, September 26, 2005
Nossa Senhora da Natividade
E é isto: acabaram-se as festas de Verão, acabou-se o Verão. Mas hoje está um dia de Verão. Na vila não há mais festas, a não ser o S. Martinho, profana totalmente mas com o aval do santo, vão se lá perceber os eleitos de Deus. Nossa Senhora da Natividade encerrou o calendário. Já vos devo ter falado vezes sem conta da festinha de Nossa Senhora da Natividade na rua onde morei para aí entre os três e os oito anos, entre 1964 e 1969. Mas repiso só para me inflamar a saudade. Um tipo aos quarenta já começa a tornar-se quase morbidamente saudoso.
Era ainda uma ruinha de terra, não que fosse grande novidade numa época em que quase todas as artérias eram de terra batida. E uma ruinha, se formos considerar apenas o troço entre o canto da balança e a mercearia que hoje é a loja do Gil, a zona onde eu morava na casa logo a seguir à ermidinha de Nossa Senhora da Natividade e a cujas obras, impulsionadas pelo Padre Lucindo Andrade, que lhe quiseram restituir a dignidade doutros tempos, assisti. A partir dessas obras a ermida adquiriu vida e eu como o balcão da minha casa dava para o sino fui incumbido de tocá-lo algumas vezes. Não me lembro se alguma vez na vida pensei em seguir a vida religiosa, mas se isso tiver acontecido, só pode ter sido nessa altura.
Na rua viviam pessoas de quem ainda me lembro como os "Saquinhas". Ainda lá está a Natividade, filha do ti João "Saquinha" Mota. O ti João que me levava a passear na sua burrinha. A Margarida que vive no estrangeiro e que cumprimentei o ano passado a Madalena que já faleceu, o João, o Antonino, fadista nos Estados Unidos e o José que constrói e toca instrumentos de cordas no Canadá e que entrevistei num destes dias. Como os Tobias, ainda vivem na rua a Fátima e o Eduardo com quem me lembro de brincar em criança, filhos do sr. Tobias que era barbeiro. A minha avó Teresa de Jesus Alves e o meu Avô Manuel de Sousa Dias (mestre Manuel da Guerra) já falecidos, que "faziam"o S. João, padroeiro dos pedreiros que saía todos os anos na procissão de S. Miguel. Os Pachecos, o sr. Pacheco que trabalhava na Casa do Povo e a sra. Lurdes que se trataram com os meus avós por "vezinhos" até ao fim da vida, ainda que já não o fossem, a Lúcia que revi este Verão, sobrinha da Sra. Lurdes, ao tempo uma moça casadoira e hoje já avó e que vivia lá em casa e finalmente os meus pais e a minha irmã.
O fluir do tempo atrai-me e emociona-me. Estou a ver o padre Lucindo a construir uma lapinha pelo S. João à frente da ermida. Há uma fotografia algures com a lapinha. Vou publicá-la aqui. E lembro-me da festa. Engalanava-se a rua com bandeirinhas de papel e luzes que me lembre era luxo proibido e a banda da música, fazia do nosso balcão o coreto. Os músicos trepavam para ali com uma escadinha e toca a tocar. E eu todo orgulhoso com as atenções voltadas para o meu balcão. Podem ter sido os primórdios da minha atracção pelos palcos.
Em suma, era uma festa caseira. Feita por quem vivia ali para quem ali vivia. Como se fosse uma celebração familiar.
Desde há poucos anos depois dum interregno um grupo de amigos voltou a fazer a festa de Nossa Senhora da Natividade. Ainda bem.
Era ainda uma ruinha de terra, não que fosse grande novidade numa época em que quase todas as artérias eram de terra batida. E uma ruinha, se formos considerar apenas o troço entre o canto da balança e a mercearia que hoje é a loja do Gil, a zona onde eu morava na casa logo a seguir à ermidinha de Nossa Senhora da Natividade e a cujas obras, impulsionadas pelo Padre Lucindo Andrade, que lhe quiseram restituir a dignidade doutros tempos, assisti. A partir dessas obras a ermida adquiriu vida e eu como o balcão da minha casa dava para o sino fui incumbido de tocá-lo algumas vezes. Não me lembro se alguma vez na vida pensei em seguir a vida religiosa, mas se isso tiver acontecido, só pode ter sido nessa altura.
Na rua viviam pessoas de quem ainda me lembro como os "Saquinhas". Ainda lá está a Natividade, filha do ti João "Saquinha" Mota. O ti João que me levava a passear na sua burrinha. A Margarida que vive no estrangeiro e que cumprimentei o ano passado a Madalena que já faleceu, o João, o Antonino, fadista nos Estados Unidos e o José que constrói e toca instrumentos de cordas no Canadá e que entrevistei num destes dias. Como os Tobias, ainda vivem na rua a Fátima e o Eduardo com quem me lembro de brincar em criança, filhos do sr. Tobias que era barbeiro. A minha avó Teresa de Jesus Alves e o meu Avô Manuel de Sousa Dias (mestre Manuel da Guerra) já falecidos, que "faziam"o S. João, padroeiro dos pedreiros que saía todos os anos na procissão de S. Miguel. Os Pachecos, o sr. Pacheco que trabalhava na Casa do Povo e a sra. Lurdes que se trataram com os meus avós por "vezinhos" até ao fim da vida, ainda que já não o fossem, a Lúcia que revi este Verão, sobrinha da Sra. Lurdes, ao tempo uma moça casadoira e hoje já avó e que vivia lá em casa e finalmente os meus pais e a minha irmã.
O fluir do tempo atrai-me e emociona-me. Estou a ver o padre Lucindo a construir uma lapinha pelo S. João à frente da ermida. Há uma fotografia algures com a lapinha. Vou publicá-la aqui. E lembro-me da festa. Engalanava-se a rua com bandeirinhas de papel e luzes que me lembre era luxo proibido e a banda da música, fazia do nosso balcão o coreto. Os músicos trepavam para ali com uma escadinha e toca a tocar. E eu todo orgulhoso com as atenções voltadas para o meu balcão. Podem ter sido os primórdios da minha atracção pelos palcos.
Em suma, era uma festa caseira. Feita por quem vivia ali para quem ali vivia. Como se fosse uma celebração familiar.
Desde há poucos anos depois dum interregno um grupo de amigos voltou a fazer a festa de Nossa Senhora da Natividade. Ainda bem.
Friday, September 23, 2005
Thursday, September 22, 2005
A Vila em Pânico
Na recente crise sísmica que atingiu a ilha de S. Miguel, O concelho de Vila Franca foi um dos mais atingidos. Mas mais do que a fúria da terra, um temor antigo, e um respeito quase religioso associados ao medo, criaram uma onda de pânico que se propagou a toda a população. Os médicos quase esgotaram os stocks de anxiolíticos das farmácias





Tuesday, September 20, 2005
O aquário da Vila
Este belo edifício agora degradado, construído no início do século XX e que foi o mercado do peixe de Vila Franca até aos anos oitenta vai ser o núcleo central do aquário que será construido na Vila. Sob a orientação do Professor Doutor António Frias Martins, reputado cientista natural de Água d' Alto, este será um projecto que sem ser megalómano, poderá constituir um valioso ponto de interesse para os vilafranquenses e para todos quantos nos visitarem. Esperemos que se tenha em conta, e ao que sabemos é isso que se vai fazer, a importância arquitectónica do edifício e o seu enquadramento em relação aos anexos que se construirão ao seu redor.

Monday, September 19, 2005
Mãos de fado
José Mota é um emigrante vilafranquense no Canadá. Cá foi carpinteiro e motorista. Lá, depois de ter trabalhado alguns anos na construção civil passou a dedicar-se à construção de instrumentos de corda e a acompanhar à guitarra portuguesa( que ele próprio fabricou)fadistas da diáspora e outros. O guitarrista José Manuel Nóbrega que habitualmente acompanha Carlos do Carmo, actua com um instrumento que saíu das mãos de José Mota que entrevistamos. Para ler numa próxima edição de A Vila.

Friday, September 16, 2005
Wednesday, September 14, 2005
Monday, September 12, 2005
Thursday, September 08, 2005
A Vila 293

Este número de A VILA tem como trabalho central a entrevista a Augusto de Fraga, um jovem criado em Vila FRanca que vive actualmente em Barcelona e é cineasta. Trabalha em publicidade na RCRfilms uma das três maiores produtoras de cinema publicitário de Espanha e recentemente estreou a sua primeira curta-metragem intitulada H2ombre. Foi também premiado no festival de San Sebastian um dos mais conceituados em todo o mundo.
Na mesma edição um caderno de oito páginas a cores com as festividades em honra do Bom Jesus da Pedra.
Terços do Ferrolho


O Antonino Ferrolho é uma das figuras castiças de Vila Franca embora viva actualmente no Lar Margarida de Chaves em Ponta Delgada. Agora deu-lhe para fazer terços. E fá-los bem feitos. Vende-os a 15, 10 e 5 euros(os mais pequeninos, para o automóvel ou para pregar no xaile de romeiro. Quem estiver interessado é só ligar para o lar.