Friday, February 11, 2005

Frio Luzidio

No verbete que precedeu este, entre as coisas calhadas, calhou ficar inscrito que o nosso país "sempre recebeu pouco". Isso será tão correcto ou inconsequente como outro presunto, outra presunção, qualquer. No tal anterior pretendia-se dizer que, tantas vezes, quando o país "estava mal" estava bem e que quando "estava bem" não estava ou não o ficava. Neste, que se agita, ter-se-ia o gosto de, dizendo relativamente a mesma coisa, ainda dizer que talvez nem sempre não tenha sido o pouco receber mas o não o todo perceber.
Exemplo do momento: os apertos governamentais recentes que tiveram pela desafogada da terra queimada em pantanal. Aquando de legislatura de governo anterior, o país estava como se estivesse bem ou como se mal não estivesse ficando. Não faz mal.
D. João II, príncipe perfeito; infante D. Pedro; infante D. Henrique…
Manuel Monteiro, homem feito; Paulo Portas; Durão Barroso…
Este artículo, desconsolado, também algo encegueirado, segue na mesma senda; elogio e cerne da questão- escorregadio- a cherne, e chefe Durão Barroso. O de seiva fria.
Ao que fomos votados.
Como foi da visão de da geração primeira inferida, as fronteiras mais prejudiciais por Portugal a vencer (além da brandura, brancura de intenções ou ténue manifestação) seriam as de se ser em periferia. Ter Portugal uma fronteira só e tão chata apenas com os espanhóis e, a mais cativada, outra fronteira com os seres marinhos.
Santo António – que não ficou em Portugal periférico, mas calhou permanecer em Itália – ajuda Portugal em Portugal e Portugal no mundo.
Vaidoso Barroso, cherne brilhante, na Comissão Europeia – ainda que nada, directamente, faça por Portugal, sendo Portugal, se resplandecendo, no fundo, ajudará idem Portugal.

(Salvaguarde-se que foi Sra. esposa, inebriante, que o sujeitou de Dom Barroso “cherne” em meiga citação de poesia – algo que, daí, se arrastaria na Rua do Descrédito pelos escarninhos adversários).

Ó José Manuel – que retiraste o nome de Durão para seres mais pronunciável ao macio e arejado linguarejar anglo-saxónico – europeu serás, e sinfónico, de Portugal e não da Bélgica, da Bota ou da Anglo-Saxónica.
Barroso, que tão duro sendo Durão tiveste a claridade de a nós – portugas misarentos – conceder a graça dos salvíficos sacrifícios de …:
salários congelados – peixes salgados;
reforma Administrativa – pútrida natureza reputativa;
novas leis do Trabalho – todos trabalhados a retalho;
menor investimento público – maior o desemprego, e súbito;
cortes orçamentais – e alongamentos ornamentais;
reforma da Saúde – quem a tem que a cuide;
reforma da Educação – na reforma os educadores a melhor colocação;
venda de património – vendas nos olhos e facada na coligação-matrimónio;
Et, et cetera; Enriquece por nós na nossa era!
Que ainda com o duro, menos Durão, sempre sendo unhas-de-fome, sejais a matéria gelatinosa que o pão duro barre e sejais barreira a tansa tonteira. Sejais, tão fora de casa, profeta e proveitoso, qual Descartes ou Espinosa – Não venhais a declarar a tanga pirosa.
Barroso, que tivestes a lucidez escorregadia de ser bom comensal para George Bush filho, comei dos internacionais menus, e, tudo o de sentimental digerindo, difundindo luzes lusitanas em cada dia e dia!
José Manuel de Jesus, José e Maria – que ultrapassaste a periferia política dos de Mao Tsé Tung – tenhas ainda a incontinência de extrapassar as expectativas dos eleitores teus por inconsequência.
Durão Barroso e agradada família que, no Verão há um ano, férias vieram passar por Vila Franca do Campo (e de cá ir ver golfinhos e baleias);
Não partas, como um raio, de Portugal, sem antes de pinga uns golinhos tomar e, de bico molhado, pronunciar outras belas … balelas!
Frio e luzidio, suor, que, como que ao arrepio, para Bruxelas partistes como pinga-humor, como primeiro-ministro ainda deste o primor.
Viveu-se o euro-Verão 2004.

Moléstia à parte – nas alturas desta escrita – uma parte da política (a que é Oposição) agita-se a dizer de crise a saída do Primeiro-Ministro. Ele, que tão mal amado, na despedida como que é desejado...Como se os partidos mandatados e deputados tão bem assentados não pudessem, natural e (até) constitucionalmente, formar, reformar, Governo. Para a conclusão da legislatura, como de direito.
O Sr. novo Presidente da Comissão Europeia que desculpe lá tais despedidas. Noss. Senhor leitor que perdoe estes artículos conspicuosos. Agradecimentos, também, a Portugal-futebol. Saudações desportivas e não desportivas aos imperfeitos novos deuses do Olimpo (os tais "grécios" como diria Bush filho e alguns dos seus afilhados).
Nossa S. abençoe Portugal.
1-7-2004
Edgardo Costa Madeira

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